terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tudo o que faço ou medito

Tudo o que faço ou medito
Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço.

Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.
Fernando Pessoa, Cancioneiro

Depois de leres atentamente o poema, responde com correcção às questões.

1. Na primeira estrofe evidencia-se uma oposição entre o “querer” e o “fazer”. Explicita essa oposição.

2. Identifica os sentimentos que dominam o sujeito poético e refere a(s) causa(s) dos mesmos. Justifica a tua resposta com elementos textuais.

3. Atenta nos seguintes versos:
Minha alma é lúcida e rica, / E eu sou um mar de sargaço.

3.1. Identifica o(s) recurso(s) estilístico(s) presente(s) e comenta a sua expressividade.

4. Atenta nos versos: “Um mar onde bóiam lentos / Fragmentos de um mar de além...”.
4.1 - Explica o sentido dos versos apresentados, explicitando em que medida podem contribuir para atenuar o pessimismo do sujeito poético.
4.2 - Salienta a expressividade do vocábulo sublinhado em Pessoa.

5. Faz a análise formal do poema (estrofe, métrica e rima).


Após a realizção do questionário, verifica a correcção do teu exercício, tendo em conta esta proposta de correcção.