Leia com atenção o poema que se segue e responda correctamente ao questionário.
VII
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, in Poesia, Lisboa, Assino & Alvim, 2001
Apresente, de forma estruturada, as suas respostas ao questionário:
1. "Porque eu sou do tamanho do que vejo/E não do tamanho da minha altura..."
1.1. Partindo dos versos transcritos, caracterize o sujeito poético.
1.2. Mostre como a concepção do Universo é determinada pela imagem que o sujeito poético tem de si próprio.
2. Explicite a oposição entre a "aldeia" e a "cidade" expressa no texto.
3. Comente a importância do acto de "ver" para a apreensão da realidade.
Ilustre a sua resposta com expressões do poema.
4. Explique a expressividade da metáfora presente no verso 7: "Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave".
5. Identifique e aprecie o valor do deíctico presente na segunda estrofe.
6. Aprecie o valor expressivo da construção dos dois últimos versos do poema.
Nota: Para confrontares as tuas respostas acede à proposta de correcção.
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