terça-feira, 24 de novembro de 2009

Contrato de Leitura

Neste documento, constam todos os pontos que devem ser visados no contrato de leitura do 12º ano. Não se esqueçam de escrever com clareza, objectividade e correcção.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Compreensão Escrita

    Após o estudo de Fernando Pessoa ortónimo, testa os teus conhecimentos, acedendo e resolvendo esta fichas de aplicação de conhecimentos (uma das fichas é de verdadeiro/falso e a outra é de escolha múltipla).

   Nota: Para confrontares as tuas respostas acede às propostas de correcção (verdadeiro/falso e escolha mútipla).

Modernismo

1. Movimento Orpheu (Primeiro Modernismo)

Fernando Pessoa, educado na África do Sul sob influência da cultura inglesa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor, que beberam em Paris as últimas novidades literárias e plásticas do Futurismo e de outras correntes modernas, por alturas da Primeira Grande Guerra (1914 - 1918), lançaram em Portugal o movimento modernista. António Botto e Luís de Montalvor são também nomes de vulto do primeiro Modernismo.
O grande motor de arranque do movimento foi a revista Orpheu, de que saíram dois números apenas (1915). Outras revistas se lhe seguiram, divulgadoras da mesma mensagem artística: Centauro (1 número), Portugal Futurista (1 número), Contemporânea (13 números - 1922-33) e Athena (5 números - 1924-25).
Os homens deste movimento modernista escandalizaram e assustaram os intelectuais e a sociedade "bem pensante" da época, tal a sua inclinação para o desprezo do bom senso, com tendências que evolucionavam do sentir sebastianista mais delirante até às ciências ocultas e à astrologia.
O que se pretendia era escandalizar. Os dois números do Orpheu surgiram mesmo "para irritar o burguês, para escandalizar, e alcançaram o fim proposto, tornaram-se alvo das troças dos jornais". Era assim que se procedia à maior reviravolta da literatura portuguesa.
Pessoa e os outros sentiam-se entediados pelos seus contemporâneos. O repúdio do espírito da Renascença Portuguesa, em que pontificava Teixeira de Pascoaes, foi o primeiro efeito desse tédio.
"Nós não somos do século de inventar as palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas".
As tendências do primeiro Orpheu evolucionaram do Decadentismo-Simbolismo até ao Modernismo sensacionista de Álvaro de Campos.
O Futurismo e o Sensacionismo devem-se, em Portugal, aos homens mais influentes do movimento Orpheu: Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro.
O Futurismo, lançado na Europa sobretudo pelo poeta italiano Marinetti, é representado em Portugal pelos seguintes textos e autores: "Ode Triunfal" (1914) e "Ultimatum" (1917) de Álvaro de Campos; "Manucure" e "Apoteose" (1915) de Sá-Carneiro; "A Cena do Ódio" (1915), "Manifesto Anti-Dantas" (1916) e "Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Séc. XX" (1917) de Almada Negreiros.
Ao mesmo tempo que se mostravam demolidores dos sistemas ideológicos tradicionais, estes homens impunham também um conceito novo de arte, substituindo o conceito de Belo (imitação harmoniosa da Natureza), herdado da velha "estética aristotélica". Queriam uma estética que espelhasse o mundo progressivo do futuro, uma estética dinâmica e agressiva.
Daí a defesa de uma autêntica liberdade da escrita, com recurso ao verso livre e aos atropelos morfossintácticos, às metáforas e imagens arrojadas, um estilo que destrua o EU, isto é, toda a psicologia, na literatura, voltando-se para o mundo da técnica, o estilo da força física, do mecanismo e da própria violência. "Queremos na literatura a vida do motor".
O Primeiro Modernismo apresenta-se primeiramente como um movimento artístico post-simbolista. Fernando Pessoa e Luís de Montalvor representam ainda, no princípio, um Simbolismo intelectualizado que contrasta com o Futurismo de Almada Negreiros, cultor de um certo primitivismo ingénuo, revelado, por exemplo, no seu romance Nome de Guerra.

 

2. Movimento Presença (Segundo Modernismo)

A revista Presença, nascida em Coimbra em 1927, lança o movimento do segundo Modernismo. Muitas vezes se insistiu no aspecto contestador do movimento Presença em relação ao movimento Orpheu, mas a verdade é que todos os críticos aceitam hoje que a Presença é que mais contribuiu para a divulgação e para o enaltecimento do primeiro Modernismo, embora sendo também certo que os autores da Presença revelavam esbatimento quanto aos exageros chocantes dos homens de Orpheu.
A revista Presença foi precedida em Coimbra pelas revistas Bizâncio (1923), Triptíco (1924), em que colaborava já aquele que viria a ser o principal fundador e redactor da Presença, o grande poeta José Régio. Colaboraram com este Gaspar Simões, Miguel Torga, Branquinho da Fonseca, etc.
A Presença, sobretudo pela voz de José Régio, insistia na necessidade de uma "literatura viva", baseada na imaginação psicológica, e denotando influências de Dostoievsky, da filosofia bergsoniana e da psicanálise de Freud. Daí o falar-se muito do Psicologismo do segundo Modernismo. O que se exigia do escritor era "uma sinceridade vinda da região mais profunda, inocente e virgem do subconsciente". E nisto eram continuadores do primeiro Modernismo.
De notar que os homens da Presença se distanciaram sempre do espírito das literaturas de explícita intervenção político-social, como o Neo-Realismo.
Algumas Características do Modernismo:
  • esquecimento do passado e o propósito de construir e criar o futuro;
  • o desprezo por tudo o que é clássico, tradicional e estático (museus, academias, servilismo aos mestres, etc.);
  • repúdio de sentimentalismo pelo ingresso frenético na vida activa através da exaltação do homem de acção e simultaneamente através do repúdio do homem contemplativo;
  • culto da liberdade, da veracidade, da energia, da força física, da máquina, da violência, do perigo;
  • culto da originalidade através de uma busca incessante de expressividade máxima;
  • novo conceito de arte: deve ser a força, o dinamismo, o domínio dos outros;
  • o universalismo.

O Modernismo e os –ismos da Vanguarda

*      Modernismo – movimento estilístico em que a literatura surge associada às artes plásticas e por elas influenciada, desencadeado pela geração de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros (Orpheu). Caracteriza-se por uma nova visão da vida, que se traduz, na literatura, por uma diferente concepção da linguagem e por uma diferente abordagem dos problemas que a humanidade se vê obrigada a enfrentar, num mundo em crise.

*       Decadentismo – corrente literária que exprime o cansaço, o tédio, a busca de sensações novas. Apresenta estreitas relações com o Simbolismo.

*  Paulismo – “palis” é a primeira palavra de “Impressões do Crepúsculo” e a que sugere a atitude estética chamada paulismo. O significado de “paul” liga-se à água estagnada, aos pântanos, onde se misturam e confundem imensas matérias e sugestões. A estagnação remete para a agonia da água, paralisada e impedida de seguir o seu curso.

*       Interseccionismo – caracteriza-se pelo entrecruzamento de planos que se cortam: intersecção de percepções ou sensações.

*       Futurismo – corrente literária que se propõe cortar com o passado, exprimindo em arte o dinamismo da vida moderna. Aqui, o vocabulário onomatopaico pretende exaltar a modernidade.

*       Sensacionismo – corrente literária que considera a sensação como base de toda a arte. Segundo Fernando Pessoa, são três os princípios do Sensacionismo:
*       Todo o objecto é uma sensação nossa.
*       Toda a arte é uma conversão duma sensação em objecto.
*       Toda a arte é a conversão duma sensação numa outra sensação.
 

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Leitura

Ler +
No âmbito dos livros e da leitura, o Plano Nacional de Leitura recomenda uma vasta lista de livros para uma leitura autónoma que podes consultar aqui.

Boas leituras.

domingo, 1 de novembro de 2009

Modernismo


Modernismo em Portugal

            No início do século XX, havia um sentimento geral de que não era mais possível renovar a arte tradicional. A superficialidade convivia com a crença de que a evolução tudo comandava e pouco cabia ao homem nesse processo.
No entanto, um movimento forte e amplo - o Modernismo - viria dar fim a este marasmo e implantar o inconformismo.
O Modernismo, não foi apenas produto de uma evolução estética: ele decorreu de todo um estado de espírito formado pela cultura da época e que repercutiria em todas as artes, integrando literatura, pintura, música arquitectura, cinema, etc. A primeira Guerra Mundial foi o grande divisor das águas...
Nesse contexto surgiram as vanguardas europeias, que antecederam e originaram o Modernismo literário. Vanguarda provem do francês e significa extremidade dianteira dos exércitos em luta. E a literatura de vanguarda foi realmente combativa, polémica, desbravadora e irreverente. Os vanguardistas da época valiam-se do deboche, da ironia e da luta verbal com o objectivo de substituir a arte tradicionalista pela arte moderna. 
As principais vanguardas europeias foram: 
*      Cubismo;
*      Futurismo;
*      Dadaísmo;
*      Surrealismo. 
 
Todas essas vanguardas tiveram um carácter agressivo, experimental, demolidor e inovador. Combatiam o racionalismo e o objectivismo das teorias científicas do Realismo/Naturalismo/Parnasianismo e pregavam o irracionalismo. Com isso, procuravam uma compressão mais subjectiva do homem, voltada mais para seu interior que para seu exterior.
 
§Características do Modernismo:
§atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos;
§reacção contra o passado, o clássico e o estático;
§temática mais particular, individual e não tanto universal e genérica;
§preferência pelo dinamismo e velocidade vitais;
§busca do imprevisível e insólito;
§abstenção do sentimentalismo fácil e falso;
§comunicação directa das ideias: linguagem quotidiana.
§esforço de originalidade e autenticidade;
§interesse pela vida interior (estados de alma, espírito..)
§aparente hermetismo, expressão indirecta pela sugestão e associação verbal em vez de absoluta clareza.
§valorização do prosaico e bom humor;
§liberdade formal: verso livre, ritmo livre, sem rima, sem estrofação preestabelecida. 
 
§As três grandes gerações de autores modernistas:
*            1ª geração - o Orfismo : Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e outros;
*            2ª geração - o Presencismo: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e outros;
*            3ª geração - o Neo-Realismo: Alves Redol, Ferreira de Castro, Jorge de Sena e outros.
 
 
§Limites cronológicos do Modernismo:
§Perspectiva alargada: desde finais do Século XIX até finais dos anos 50;
§Perspectiva mais restrita: desde vésperas da Primeira Guerra Mundial até à Segunda Guerra Mundial.
 
 
§Temas dominantes do Modernismo:
§A euforia do moderno que rapidamente desliza para o tédio existencial;
§A dissolução do sujeito que conduz, muitas vezes, ao suicídio;
§O esforço patético do autoconhecimento;
§A crise aguda do sujeito poético projectada:
·               na máscara;
·               no retrato;
·               no espelho;
·               na procura labiríntica do outro em si mesmo (fragmentação do eu)
 
 
§Em suma:
*           Nova concepção de Arte: a Literatura entrelaça-se com a Pintura e Escultura, pois são vistas como formas de arte complementares e não distintas;
*           Há uma viragem do sujeito poético para o seu interior, exprimindo a síntese das suas experiências e sentimentos, mesmo que pouco nobres ou ortodoxas; o Homem surge como reflexo de um mundo complexo, difícil, acelerado, pleno de diversidades;
*           Leva a cabo uma espécie de reinvenção da linguagem, ao nível da forma, da expressão, introduzindo no domínio do literário uma pretensa desconstrução sintáctica e as linguagens jornalística e publicitária; surgem, assim, frases aparentemente caóticas, palavras que “saltam” dos versos, dada a sua força significativa e sonora, um estilo arrojado e agressivo.